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Qual o impacto do bem-estar psicológico nos índices de retenção de talentos?

Empresas que investem em saúde mental fortalecem o engajamento e reduzem a rotatividade, criando um ambiente mais sustentável para talentos e negócios.

Não há dúvidas de que a retenção de talentos é um dos pilares fundamentais para a sustentação de qualquer negócio. No entanto, segundo a consultoria global de gestão organizacional Korn Ferry, em seu estudo “Tendências de RH”, apenas 36% das organizações brasileiras oferecem planos estruturados de retenção para seus trabalhadores. A pesquisa contou com a participação de 265 empresas e analisou as perspectivas dos Recursos Humanos para o ano de 2024.

A retenção de talentos envolve diversos aspectos, como plano de carreira, sinergia entre o profissional e a organização, incentivos, questões salariais e o contexto laboral oferecido pelas empresas. Profissionais que se sentem valorizados, emocionalmente apoiados e inseridos em um ambiente saudável tendem a demonstrar maior engajamento e menor propensão a buscar novas oportunidades no mercado.

O turnover — ou rotatividade de colaboradores — pode indicar falhas no ambiente de trabalho, como clima organizacional desfavorável, falta de perspectivas de crescimento ou lideranças pouco eficazes. Esse fenômeno não apenas afeta a trajetória profissional do trabalhador, mas também gera impactos operacionais e financeiros para as empresas, que precisam lidar com a substituição de talentos e com os custos do recrutamento. Vale destacar que, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), 72% das empresas no Brasil têm dificuldades em preencher vagas com candidatos que possuam as habilidades necessárias.

Nesse cenário, priorizar a saúde mental e o bem-estar emocional da equipe torna-se não apenas um diferencial, mas uma estratégia essencial. Ambientes saudáveis e acolhedores favorecem a colaboração, promovem um clima organizacional positivo e reduzem os índices de turnover e absenteísmo. Além disso, organizações que cuidam de seus profissionais se tornam mais atrativas para novos talentos e fortalecem sua marca empregadora.

Para construir um ambiente de trabalho mais saudável, é necessário adotar estratégias bem definidas. O primeiro passo é alinhar metas realistas à capacidade de entrega da equipe, respeitando limites e evitando sobrecarga. Também é fundamental que líderes estejam preparados para lidar com desafios emocionais, oferecendo suporte e criando canais de diálogo abertos e empáticos.

Reconhecimento e valorização devem fazer parte da cultura organizacional. Isso inclui fornecer feedbacks positivos, implementar planos de carreira estruturados e oferecer incentivos que promovam o engajamento e o desenvolvimento contínuo dos colaboradores.

Outro ponto essencial é fomentar uma cultura que respeite o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a síndrome de burnout, caracterizada por exaustão extrema, estresse e esgotamento físico causados pelo acúmulo de tensões no trabalho. Definir estratégias para reduzir fatores de estresse ocupacional é um passo fundamental para garantir um ambiente emocionalmente equilibrado e sustentável.

Por fim, implementar programas voltados à saúde mental pode transformar positivamente a estrutura organizacional. Ampliar o acesso à terapia, oferecer suporte psicológico e utilizar ferramentas para diagnóstico organizacional com foco nos aspectos psicossociais são iniciativas eficazes. Essas ações não apenas aumentam o bem-estar dos colaboradores, como também promovem a retenção de talentos de forma natural e sustentável.